Em alta

As dez piores contratações da temporada 23/24

Roméo Lavia (Southampton > Chelsea)

Um dos poucos destaques do Southampton na temporada 22/23, o belga vinha recebendo as primeiras oportunidades com sua seleção e despertou o interesse de Liverpool e Chelsea. Os Reds haviam perdido Henderson, que acertou com o futebol saudita e chegou a costurar um acordo com os Saints, no valor de 60 milhões de euros.

O Chelsea entrou na parada, pagou 62 milhões, além da vontade do jogador falou mais alto e ele rumou para Stanford Bridge. De acordo com o volante, pesou o projeto, ambição e história do clube para acertar com os londrinos.

Até estrear pelos Blues, foram longos quatro meses, devido a um rompimento no ligamento do tornozelo. Em toda a temporada, disputou apenas um jogo, quando atuou por 32 minutos em duelo contra o Crystal Palace, no final de dezembro, em que fez uma péssima partida, por ter sentido uma lesão na coxa e depois disso, nunca mais entrou em campo.

Nicolas Jackson (Villarreal > Chelsea)

Ok, admito, que posso estar pegando no pé com as contratações do Chelsea, e a reta final da temporada de Jackson, até que foi boa. O centroavante senegalês vinha de duas temporadas no Villarreal, onde nunca foi titular absoluto e anotou 13 gols durante sua estadia no Estadio de la Cerâmica.

Mas como tem sido de praxe da nova gestão do Chelsea, os Blues pagaram 37 milhões pela sua contratação. Decepcionada com a passagem de Lukaku, Jackson ficou o encarregado de comandar o ataque dos Blues. Foram 17 gols, mas acabou virando um meme entre os torcedores pelos seus lances engraçados e gols perdidos, como foi na semifinal da Copa da Inglaterra, em que os londrinos vinham melhores que o Manchester City, mas o senegalês desperdiçou três incríveis oportunidades, para piorar, os Cityzens venceram o duelo.

Além das atuações questionáveis, ainda houve uma polêmica em jogo contra o Everton. Os Blues tiveram uma tranquila goleada de 6 a 0, e quando a partida estava 4 a 0, Palmer, que já havia feito três gols, pegou a bola para cobrar um pênalti. Jackson e Madueke não gostaram e discutiram para quem cobraria. No final das contas, Palmer, que é o cobrador oficial da equipe, converteu a cobrança. A discussão incomodou Mauricio Pochettino, que prometeu suspender quem se envolvesse novamente nesse tipo de confusão.

Acredito que Jackson não seja um jogador ruim, porém, para um time grande, que vêm de um processo de reconstrução, colocar tudo nas costas de um atleta de 22 anos, que nem balançou as redes pela sua seleção, foi uma pressão desnecessária. O Chelsea precisava de um nome mais pronto, apesar que desde a saída de Diego Costa, não teve nenhum centroavante que convenceu em Londres.

Mason Mount (Chelsea > Manchester United)

O meia de 25 anos foi um dos destaques do bicampeonato europeu do Chelsea, que lhe rendeu a titularidade da Inglaterra na Eurocopa, além da convocação para a Copa do Mundo, onde começou como titular, mas depois perdeu posição. O talento de Mason Mount é inegável, mas já em seus últimos momentos em Stanford Bridge, começou a conviver com uma série de pequenas lesões.

Entramos em um conflito de versões. Alguns lados dizem que o Chelsea estava incomodado com as lesões do meia, e com tantas contratações feitas, o clube precisava vender o jogador devido ao fairplay financeiro. Outra versão, dita por Erik ten Hag, é que os Blues tentaram renovar com Mount em diversos momentos, mas que ele recusou, para seguir sua carreira outro clube.

Dito isso, Mount desembarcou em Old Trafford por 60 milhões de euros e, convenhamos, sua missão não era fácil, já que precisaria disputar posição com Bruno Fernandes, uma das referências técnicas no meio-campo dos Red Devils.

Dentro de campo, a temporada do United poderia ter sido um desastre completo, mas o título da FA Cup deu uma amenizada nos ânimos. Fora dela, Mount voltou a conviver com o drama das lesões, ficando 147 dias afastado dos gramados. Ao todo, foram 19 jogos, com um único gol, anotado contra o Brentford, além de uma assistência. 

Kalvin Phillips (Manchester City > West Ham)

O volante tem o desprazer de parecer na nossa lista pela segunda temporada seguida. Phillips simplesmente não deslanchou com a camisa do Manchester City e em janeiro, foi cedido por empréstimo ao West Ham.

Em um time mais defensivo, como era o caso dos Hammers, era se imaginar que o jogador pudesse reencontrar o bom futebol que apresentou na sua época de Leeds United. Porém, as atuações foram lamentáveis. Em apenas dez partidas, ainda conseguiu ser expulso contra o Nottingham Forest, atuou em poucos jogos e sobrou até do banco de reservas ao final da temporada.

Com contrato até 2028 com o Manchester City, é difícil de acreditar na sua permanência no Etihad Stadium, ainda mais com as polêmicas com Guardiola na temporada passada, que criticou publicamente o volante após a Copa do Mundo, por estar acima do peso.

Oriol Romeu (Girona > Barcelona)

Cria de La Masia, Oriol Romeu retornou ao Barcelona após 12 anos e uma longa passagem por Southampton, antes de defender o Girona por uma temporada até voltar aos catalães. O jogador nunca foi dotado tecnicamente, sendo mais um volante marcador.

Os Culés desembolsaram 5 milhões de euros pela volta do jogador, que começou a temporada como titular, mas foi perdendo espaço no decorrer do ano. Na última rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, Romeu comprometeu no resultado, com duas falhas diante do Royal Antwerp, que venceu por 3 a 2 – a sorte é que o Barça já havia entrado classificado e a derrota não interferiu na posição do time na tabela.

Nos últimos jogos da temporada, Romeu sequer saiu do banco de reservas e, quando esteve dentro de campo em seus últimos três jogos, colecionou 19 minutos em campo.

Bryan Zaragoza (Granada > Bayern de Munique)

O baixinho ponta de 1,64m é uma história curiosa. Zaragoza era um dos poucos destaques de um cambaleante Granada, que foi rebaixado em La Liga. Suas boas atuações, renderam uma convocação para a Espanha e pouco tempo depois, o Bayern de Munique pagou 15 milhões de euros pela sua contratação, mas o deixaria emprestado ao seu clube até o final da temporada.

Só que os planos foram mudados. Com as lesões de Coman e Gnabry, os bávaros trouxeram Zaragoza já em janeiro. E mesmo com o time precisando de jogadores na posição, o ponta apareceu poucos minutos em campo. O motivo? O idioma. O jogador não sabia se comunicar nem em alemão e nem em inglês com seus companheiros e a comissão técnica.

Tuchel destacou a qualidade do espanhol, mas frisou que talvez o clube tenha se precipitado na decisão e que agora, era preciso ter paciência. Zaragoza atuou em sete jogos, ficando 177 minutos em campo, sem marcar gols ou assistências.

Borja Iglesias (Real Bétis > Bayer Leverkusen)

Apesar da temporada histórica, não dá para acertar sempre, não é, Leverkusen? Borja Iglesias é um centroavante que atuou em times médios da Espanha. Fez boas temporadas, é verdade, como os 19 gols com o Betis em 21/22, mas para os Aspirinas, é um jogador que não se encaixa no estilo de jogo de Xabi Alonso.

É bem verdade que o espanhol chegou em um momento de total desespero, em que o clube havia perdido Boniface por uma lesão bem longa, tanto que ficou fora da Copa Africana no início do ano e a solução para repor a ausência do nigeriano, acabou sendo Borja Iglesias.

Bom, dentro de campo, não tem muito o que falar, já que não marcou gols e nem de assistências nos dez jogos que disputou. Ao menos, fez parte do histórico elenco que conquistou a dobradinha do futebol alemão, com os títulos da Bundesliga e Pokal.  

Leonardo Bonucci (Juventus > Union Berlin)


Sabe quando você joga modo carreira e acaba contratando algum jogador experiente para um time inusitado? É o caso de Bonucci, que teve uma curta e esquecível passagem pelo Union Berlin.

Ídolo da Juventus, onde totalizou mais de 500 jogos, o zagueiro viveu seus últimos momentos com a camisa da Velha Senhora com muitas polêmicas. Fora dos planos de Allegri, o defensor foi afastado do elenco, treinava em horários separados e não tinha contato com jogadores e a comissão técnica do time principal. Bonucci disse em entrevista que esse momento foi um dos mais humilhantes de sua carreira.

Aos 37 anos, foi para sua primeira aventura fora do solo italiano, para defender o Union Berlin. A equipe da capital alemã vinha empolgada após um histórico quarto lugar na Bundesliga, que resultou em uma vaga na Liga dos Campeões. Disputando a principal competição do continente, além de Bonucci, outros nomes de peso chegaram ao clube, como Gosens e Volland.

A temporada do Union foi um completo desastre, com a lanterna de seu grupo na Liga dos Campeões e escapando do rebaixamento na última rodada da Bundesliga. Bonucci também teve atuações questionáveis, tanto que só entrou em campo apenas dez vezes e já em janeiro, foi liberado para acertar com o Fenerbahçe, onde não apresentou grande desempenho e optou por se aposentar, tendo uma reta final de carreira totalmente melancólica.

Renato Sánchez (PSG > Roma)

Mais um integrante da nossa lista de piores contratações da temporada passada e que aparece agora. Depois de uma passagem esquecível pelo PSG, Renato Sánchez foi emprestado para a Roma e sua chegada não foi das melhores, com Mourinho disparando em uma coletiva que se o jogador não se machucasse tanto, estaria na França, e não na Roma.

Não foi a única polêmica entre os compatriotas, já que em uma partida contra o Bologna, Renato Sánchez entrou no intervalo e após 18 minutos, sem apresentar nenhum problema, Mourinho sacou o meio-campista para colocar Azmoun. O treinador se desculpou pela atitude, dizendo que não era algo fácil a se fazer, mas era a decisão que ele precisava tomar.

Se com Mourinho, Sánchez jogou pouco, com a chega de De Rossi, os minutos do português ficaram ainda mais escassos, ficando apenas 33 minutos dentro de campo. No total, foram 12 jogos, com um gol marcado, contra o Empoli, na quarta rodada da Série A. 

Marco Asensio (Real Madrid > PSG)

Asensio era uma espécie de 12° jogador do Real Madrid. Entrava no decorrer dos jogos e quando qualquer atleta do meio para a frente não pudesse jogar, era ele que ocupava a vaga. Foram sete anos defendendo o clube Merengue e 17 títulos conquistados, mas como ambas as partes não chegaram a um acordo na renovação de contrato, Asensio saiu a custo zero.

O jogador desembarcou no Parque dos Príncipes para jogar no PSG, mas longe de repetir o mesmo brilho que teve em solo espanhol. Tendo que disputar posição com Dembélé, Asensio alternou muito entre o time titular e o banco de reservas e teve números bem discretos: cinco gols e sete assistências.

Isso que ele encontrou em Paris o técnico Luís Enrique, com quem tinha trabalhado na Espanha. Mesmo assim, o compatriota não era a sua preferência para atuar pelo lado direito de ataque.

Fotos: Divulgação

Estéfano Butzge

Jornalista formado na Universidade Católica de Pelotas. Colecionador de camisas de futebol, torcedor do Internacional, Nottingham Forest e da McLaren na Fórmula 1. twitter

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem