Jude Bellingham (Borussia Dortmund > Real Madrid)
O inglês, mesmo muito jovem, era dono do meio-campo do Borussia Dortmund e, após três temporadas, era natural que o jogador de 21 anos desse o próximo passo em sua carreira. Por isso, o Real Madrid não hesitou e desembolsou 103 milhões de euros para leva-lo ao Santiago Bernabéu.
O impacto foi imediato, especialmente na primeira parte da
temporada. Em novembro, acabou sofrendo uma luxação no ombro e o seu desempenho
caiu um pouco, mas que ainda assim, lhe renderam números fantásticos,
com 23 gols e 13 assistências. Terminando no top 5 de artilheiros de La Liga, o
inglês deu um grande leque de opções para Ancelotti, sendo escalado como
meia-armador, atacante e até como meia aberto pelo lado esquerdo.
Na Eurocopa, foi um dos poucos nomes a se destacar no
English Team, com dois gols marcados, incluindo uma bicicleta espetacular
contra a Eslováquia, além de ter dado o passe para Cole Palmer fazer o tento
inglês na final diante da Espanha.
Artem Dovbyk (Dnipro > Girona)
Até então, um desconhecido para o grande público, Artem Dovbyk
rodou por alguns clubes como Balti, Midtjylland, Sonderjyske e duas passagens
pelo Dnipro, sendo vice-campeão da temporada 22/23 da liga ucraniana, em que
acabou como artilheiro, tendo anotado 24 gols.
Por 7 milhões de euros, foi contratado pelo Girona, sendo a
maior contratação da história da equipe catalã. O centroavante fez parte de uma
histórica campanha em La Liga, onde o Girona acabou em terceiro lugar e
garantiu uma inédita vaga na Liga dos Campeões. Dovbyk acabou como artilheiro
do campeonato, com 24 gols anotados.
Também mostrou que não foge dos grandes jogos, marcando dois
gols contra o Barcelona e um contra o Atlético de Madrid. Marcou dois
hat-tricks, diante do Sevilla e Granada. Os Colchoneros, aliás, sondaram o
ucraniano para ser o substituto de Morata, mas, de maneira surpreendente, Dovbyk
acertou com a Roma por 38,5 milhões de euros.
Harry Kane (Tottenham > Bayern de Munique)
Depois de muita especulação sobre uma possível saída do
Tottenham, Harry Kane finalmente deixou o clube londrino após uma longa
passagem, mas sem conquistar títulos. Aos 30 anos e por 100 milhões de euros, o
centroavante da seleção inglesa acertou com o Bayern de Munique e, de quebra, tornou-se
a contratação mais cara da história da Bundesliga.
Os bávaros vinham de 11 títulos alemães consecutivos, além taças
da Copa da Alemanha e Liga dos Campeões ao longo desse período. E, por mais que
o clube viesse de uma conquista não muito convincente na Bundesliga em 22/23,
era difícil imaginar que o grande bicho-papão do futebol alemão teria uma
temporada 23/24 desastrosa.
Kane fez sua parte em campo, ao anotar incríveis 44 gols em
45 jogos. Por ser um centroavante que não joga apenas dentro da área, o inglês
tinha total liberdade para se movimentar pelo ataque, tanto que conseguiu
colaborar com 12 assistências. Só que o Bayern não se ajudou, terminando a
temporada sem títulos pela primeira vez em 12 anos.
Na Eurocopa, é difícil julgar o desempenho de Kane, já que,
com aquele time burocrático de Southgate, muitas vezes a bola não chegava ao
ataque. No final das contas, ainda conseguiu balançar a rede três vezes durante
o torneio.
Alejandro Grimaldo (Benfica > Bayer Leverkusen)
Cria de La Masia, mas sem estrear pelo time principal do
Barcelona, Grimaldo chegou ainda muito jovem ao Benfica em 2016. Em pouco
tempo, conquistou seu espaço e se tornou um dos principais jogadores do time.
Foram oito temporadas com a camisa dos Encarnados, e com seu
contrato terminando, o Bayer Leverkusen trouxe o lateral sem custos. Sendo
treinado pelo seu conterrâneo Xabi Alonso, Grimaldo aproveitou o esquema
ofensivo do técnico e fez simplesmente a melhor temporada de sua carreira. Com
12 gols e 18 assistências, que o consolidaram como o principal jogador da
posição no futebol mundial (diria que o único que chegou perto do espanhol foi
Dimarco, da Internazionale).
Além de ser um dos destaques dos Aspirinas, ainda fez parte
da temporada histórica, que resultou na dobradinha nacional, com os títulos da
Bundesliga e Pokal, além de um vice na Liga Europa. Considerando seu desempenho
excepcional, é até injusto que Grimaldo tenha jogado apenas duas partidas na
Eurocopa, mas Cucurella, apesar de ser criticado, acabou fazendo uma boa
competição, que dificultou a presença do jogador do Leverkusen.
Josko Gvardiol (RB Leipzig > Manchester City)
Contratado por 90 milhões de euros do RB Leipzig e vindo de uma
grande Copa do Mundo, Gvardiol chegou ao Manchester City com a expectativa de
atuar como zagueiro e brigar por posição com Rúben Dias e Stones. No entanto, o
croata se destacou como lateral-esquerdo – só atuou na zaga quando Guardiola jogou
com três defensores.
Por ser um defensor que sabe jogar com a bola no pé, o
croata não teve dificuldades para se adaptar à nova função e, por mais que não
seja tão veloz, conseguiu agregar muito ao time, principalmente na parte
defensiva, já que conseguiu vencer 61% de seus duelos defensivos.
Tendo mais liberdade para participar do ataque jogando como
lateral, Gvardiol também mostrou faro de artilheiro, marcando gols em dois
jogos seguidos, contra Real Madrid e Luton Town, além de dois gols na goleada
de 4 a 0 sobre o Fulham. Ao todo, foram cinco gols com duas assistências.
Alexis Mac Allister (Brighton > Liverpool)
Com uma forte reformulação em seu meio-campo, após as saídas
de Henderson, Fabinho, Oxlade-Chamberlain e Keita, o Liverpool precisou buscar
reposições e acabou contratando Gravenberch, Szoboszlai, Endo e Mac
Allister.
De todos esses, o argentino foi o jogador mais regular, embora
Endo ter sido uma grata surpresa também. Mac Allister é um jogador muito
versátil, podendo fazer a primeira, segunda e até terceira função do meio-campo,
ajudando na construção das jogadas vindo de trás e até aparecendo na frente
para dar assistência ou concluir no gol, com o seu potente chute.
Klopp optou por utiliza-lo como primeiro homem do meio-campo
e quando atuava mais avançado, era Endo quem assumia sua função. O argentino,
que veio por 42 milhões de euros, foi o principal nome da meia dos Reds, com
sete gols e sete assistências.
Declan Rice (West Ham > Arsenal)
Destaque do West Ham nas últimas temporadas, era natural que
Declan Rice alçasse voos mais altos em sua carreira. E o Arsenal não poupou
esforços para tirar o volante do rival, desembolsando 116 milhões de euros e
tornando-o o jogador inglês mais caro da história.
Sob o comando de David Moyes nos Hammers, Rice era um
primeiro volante, mais marcador. Com Arteta, um técnico muito mais ofensivo, o
jogador chegou até atuar como um segundo meio-campista, tanto que conseguiu os
melhores números de sua carreira na última temporada, com sete gols e nove
assistências.
Cole Palmer (Manchester City > Chelsea)
Meia que joga aberto pelo lado direito, Cole Palmer era um
dos bons talentos das categorias de base do Manchester City, onde chegou a ter
uma boa sequência de jogos pelo time principal, mas quase sempre entrando no
decorrer das partidas. Brilhou no início da temporada 23/24 anotando gols na
Supercopa da Inglaterra e Supercopa da Europa, contra Arsenal e Sevilla,
respectivamente.
O Chelsea entrou na disputa pelo jogador de 21 anos,
desembolsou 40 milhões de euros, além de ter assinado um contrato de sete anos
com os Blues. Sua saída dos Cityzens possui duas versões: a do atleta, que
gostaria de sair por empréstimo para se desenvolver, e a Guardiola, que afirmou
que Palmer estava há duas temporadas pedindo para ser negociado.
O meia foi uma das poucas boas notícias de uma temporada
irregular dos Blues, que oscilaram na parte intermediária da tabela. Apesar de
uma reação na reta final, a equipe acabou no sexto lugar. Palmer foi
vice-artilheiro da Premier League e eleito o melhor jogador jovem da
competição. Ao todo, foram 25 gols, sendo que nos jogos grandes, chamou a
responsabilidade, como um hat-trick diante do Manchester United, além de gols
contra Tottenham, Arsenal, Manchester City e um poker diante do Everton.
Pelo bom futebol apresentado, esperava-se que Palmer tivesse
destaque com a seleção inglesa na disputa da Eurocopa. No entanto, nas duas
primeiras rodadas, sequer saiu do banco de reserva e não começou nenhum jogo
como titular. Ainda assim, foi o autor do gol de empate da Inglaterra na final
do torneio contra a Espanha.
Yann Sommer (Bayern de Munique > Inter de Milão)
Quando a Inter de Milão vendeu Onana para o Manchester
United, houve um grande receio dos torcedores nerazzurri sobre como o clube
iriar repor a saída do melhor goleiro do futebol europeu na temporada 22/23. O
nome escolhido foi o de Yann Sommer.
O suíço fez grandes temporadas com a camisa do Borussia
Monchengladbach antes de acertar com o Bayern de Munique em 2023. Sua chegada
em solo bávaro ocorreu devido a lesão de Manuel Neuer, que quebrou a perna esquiando.
Na Allianz Arena, Sommer atuou por apenas quatro meses, com algumas atuações
inseguras, que não lembravam o goleiro de outros anos.
Após 25 jogos, foi vendido à Internazionale por 6,75 milhões
de euros. Aos 34 anos, a reposição de Onana não vista com bons olhos
incialmente, mas o suíço chegou e assumiu a titularidade, sendo um dos líderes
de uma defesa que foi vazada apenas 31 vezes na temporada, que ainda resultou
no título da Série A.
Viktor Gyokeres (Coventry City > Sporting)
O centroavante sueco é um caso curioso, pois foi um dos tantos jovens recrutados pelo Brighton. Mesmo conseguindo números interessantes jogando nas categorias de base, só teve oito oportunidades no time principal. Passou por empréstimos pelo St. Pauli e Swansea, com pouco destaque.
Seu último empréstimo foi no Coventry City, que o comprou em
2021. Foi lá que o sueco se destacou na Championship, sendo o vice-artilheiro
da competição em 22/23. Com o bom desempenho, o Sporting pagou 20 milhões,
tornando-o a contratação mais cara da história do clube.
E o investimento rendeu grandes frutos. Gyokeres terminou a
temporada com 43 gols e, apesar de ter vivido um pequeno jejum de seis jogos
sem balançar as redes, foi o artilheiro isolado da Liga Portuguesa, com 29
gols. Aos 26 anos, gigantes ingleses como Liverpool e Arsenal estão de olho na
contratação do sueco, que tem contrato até 2028 e uma multa rescisória avaliada
em 100 milhões de euros.
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