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Fundado pela gigante farmacêutica Bayer, o Bayer Leverkusen sempre
foi responsável por revelar grandes jogadores ao longo de sua história, além de
ter uma forte ligação com o Brasil, tendo jogadores como Lúcio e Juan, que
formaram a defesa da seleção brasileira nas Copas do Mundo de 2006 e 2010,
entre outros nomes conhecidos que brilharam com a camisa canarinho: Emerson,
Roque Junior, Zé Roberto e Jorginho.
Neste século, muitos nomes conhecidos vestiram a camiseta
dos Leões, Ballack, Neuville, Berbatov, Vidal, Kroos, Son e Chicharito
Hernandez. E, apesar disso, ao longo dos seus quase 120 anos de história, os
Leões possuem uma escassa sala de troféus, tendo apenas duas conquistas
relevantes, uma Copa da UEFA em 87/88 e uma Copa da Alemanha na temporada
92/93.
E um dos motivos dessa seca, deve-se a temporada 01/02. Na
ocasião, o Leverkusen chegou na decisão de todos os torneios que disputou e, inacreditavelmente,
foi vice-campeão nos três campeonatos - Bundesliga, Copa da Alemanha e
Champions League. Esse episódio ficou conhecido como ‘Treble Horror’, que ainda rendeu o apelido ne Neverkusin
para o clube.
Para a temporada 01/02, a base de jogadores dos últimos anos
foi mantida, com destaque para as contratações do goleiro Hans-Jörg Butt e do
meio-campista Yıldıray Baştürk. Alguns nomes que marcaram época deixaram o
clube, em especial, o goleiro Adam Matysek, o zagueiro Robert Kovač e o
atacante brasileiro naturalizado alemão Paulo Rink.
O técnico Klaus Toppmöller montou a equipe no 4-1-4-1. O
time base que atuou naquela temporada foi: Butt, Sebescen, Nowotny, Lúcio e
Placente; Ramelow, Schneider, Baştürk, Ballack, Zé Roberto e Neuville.
Bundesliga
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No Campeonato Alemão, o início não poderia ter sido melhor.
Invicto nas primeiras 14 rodadas, eram 11 vitórias e mesmo com o início avassalador,
a vantagem na liderança para o Bayern de Munique era de apenas quatro pontos.
Porém, com a lesão de Jens Nowotny, os Leões encararam uma
sequência negativa nas sete rodadas seguintes, quando sofreram cinco derrotas,
incluindo para o Bayern de Munique. Os tropeços fizeram o Borussia Dortmund
assumir a ponta, com quatro pontos à frente. Na terceira posição, tinha o
Kaiserslautern, com os mesmos 42 pontos do Leverkusen.
Após essa turbulência, o Leverkusen embalou uma nova
sequência invicta com dez jogos, de quebra, retomou a liderança e conseguindo
uma boa distância de cinco pontos para o Dortmund.
Com três rodadas restantes, o Leverkusen dependia apenas de
si para conquistar o título. Só que derrotas para Werder Bremen e Nurenberg,
somado a duas vitórias do BVB, fizeram o time cair para a segunda posição. Na
rodada derradeira, os Leões até bateram o Hertha Berlin por 2 a 1, mas o triunfo
do Dortmund contra o Werder Bremen, fez os auri-negros ficarem com a salva de
preta.
Apesar do vice-campeonato, é irônico que o Leverkusen não
perdeu para o Borussia Dortmund. No primeiro turno, empatou em 1 a 1 no Signal
Iduna Park. Já no returno, goleou por 4 a 0, com gols de Ballack, Ramelow,
Neuville e Berbatov.
DFB Pokal
Na Copa da Alemanha, o Leverkusen fez seus três primeiros jogos fora de casa. Eliminou Jahn Regensburg, Bochum e Hannover 96. Nas quartas e semi, jogando na Bay Arena, despachou o 1860 Munique e o Colônia, na prorrogação. O adversário na final seria o Schalke 04, que havia eliminado o Bayern de Munique.
Decidindo no Olímpico de Berlin, Berbatov abriu o marcador
para os Leões aos 27 minutos do primeiro tempo. Só que nos 45 minutos finais, a
coisa desandou. Böhme, Möller, Sand e Agali marcaram para o Schalke, enquanto Kirsten,
já nos acréscimos, descontou. 4 a 2 placar final e, com isso, os azuis reais
conquistaram seu quarto título na Copa da Alemanha. Em uma semana, o Leverkusen
havia perdido a possibilidade de conquistar dois títulos e tentaria uma última
cartada na Liga dos Campeões.
Champions League
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Por ter finalizado em quarto lugar na temporada anterior da Bundesliga, o Leverkusen entrou na terceira pré-eliminatória. O adversário foi o Estrela Vermelha. No primeiro jogo, na Sérvia, empate em 0 a 0. Já na volta, vitória tranquila dos alemães, 3 a 0.
Naquela época, existiam duas fases de grupos. Na primeira,
caiu no grupo F, ao lado de Lyon, Fenerbahçe e Barcelona. Com 15 pontos, a
liderança ficou com os espanhóis, enquanto o Leverkusen, somou 12 pontos e
ficou em segundo, garantindo vaga para a segunda fase de grupos.
Na segunda fase de grupos, o Leverkusen esteve no grupo D,
com Deportivo La Coruña, Arsenal e Juventus. Os alemães passaram na liderança,
com 10 pontos. A segunda posição ficou com o La Coruña, que também somou 10
pontos.
Iniciando o mata-mata, nas quartas-de-final, enfrentaria o
Liverpool. No primeiro jogo, em Anfield, vitória dos mandantes por 1 a 0. Para
o jogo da volta, um verdadeiro épico. Vitória dos alemães por 4 a 2, com
direito a dois gols de Ballack, eliminando, assim, um dos favoritos ao título e
que viria a se tornar campeão três anos depois.
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A grande decisão seria contra o Real Madri, no Hampden Park,
em Glasgow, na Escócia. De um lado, o Bayer Leverkusen, os azarões que
surpreenderam a todos. Do outro, o Real Madrid, maior vencedor da história da
Liga dos Campeões, comemorando o seu centenário e que contava no seu elenco,
craques como: Hierro, Roberto Carlos, Makélelé, Figo, Zidane, Raúl e Morientes.
Além de todas essas estrelas, o técnico era Vicente del Bosque, que anos mais
tarde, conduziu a seleção espanhola rumo aos títulos da Eurocopa de 2008 e 2012, e da
Copa do Mundo de 2010.
Em campo, a finalíssima começou extremamente movimentada.
Raúl marcou em um chute cruzado e abriu o marcador para os Merengues logo aos
oito minutos. Só que a resposta alemã veio cinco minutos depois. Schneider
cobrou falta para a área, a defesa do Real errou o tempo de bola e Lúcio deixou
tudo igual. Só que na reta final do primeiro tempo, um balde de água fria.
Roberto Carlos recebeu em velocidade pela esquerda, cruzou, e Zidane,
completamente sozinho, pegou de primeira e marcou um dos gols mais icônicos da
história da Liga dos Campeões. Vitória do Real Madrid por 2 a 1, faturando o seu
nono título de Champions League.