Arthur Melo (Juventus > Liverpool)
Quando o Liverpool anunciou a contratação de Arthur no
apagar das luzes da janela de transferências, pegou muitos torcedores de
surpresa. Desde a sua ida para a Juventus, o meia pouco convenceu, tanto que a
Velha Senhora sequer fez questão de mantê-lo em seu elenco e o emprestou para
os Reds.
O brasileiro viria para disputar posição com Thiago
Alcantara. O camisa 6 tem um longo histórico de lesões e trazer Arthur para o
substituir fez pouco sentido, já que é outro jogador que vive constantemente
lesionado. Em suas duas temporadas em Turim, foram mais de 150 dias no
departamento médico. Não deu outra. Em Anfield, o meia atuou somente 13 minutos
e se lesionou na coxa durante um treino. Foram cinco meses de recuperação e
quando voltou aos gramados, foi para atuar no time sub-21. Ainda em maio, o
Liverpool já tinha falado que não exerceria a cláusula de compra e, retornando
à Juventus dificilmente será aproveitado.
Richarlison (Everton > Tottenham)
A missão de Richarlison no Tottenham era ingrata, afinal,
precisaria disputar posição com Kane, Son e Kulusewski e ainda tinha o peso do
valor da transferência, que foi de 58 milhões de euros.
Por estar na Premier League desde 2017 e ter sido um dos
poucos destaques do cambaleante Everton, se imaginava que o brasileiro pudesse brigar
pelo seu espaço dentro do 11 inicial dos Spurs. Mas dentro dos gramados, víamos
muito mais um jogador preocupado em discutir e provocar os adversários do que
realmente jogar bola. Após a eliminação na Liga dos Campeões, ainda se envolveu
em uma polêmica com Antônio Conte, ao reclamar do seu tempo de jogo. Talvez
algumas pequenas lesões sofridas no decorrer da temporada tenham impedido de
Richarlison mostrar o seu melhor futebol, mas a verdade é que ele só teve
espaço quando Kulusewski estava lesionado. E mesmo quando teve sequência, não demonstrou
grande desempenho e a prova é ter marcado apenas três gols, sendo dois contra o
Marseille e sete meses depois, diante do Liverpool, na Premier League.
Podemos dizer que um dos poucos pontos positivos do jogador na
temporada foi a Copa do Mundo. Foram três gols em quatro jogos, além de ter o
gol mais bonito do torneio, contra a Sérvia, chegando a concorrer ao prêmio
Púskas.
Kalvin Phillips (Leeds United > Manchester City)
Mesmo não jogando em um time badalado, como era o caso do
Leeds United, Kalvin Phillips era um primeiro volante de muita categoria,
alinhando raça com qualidade na saída de bola. Foi titular da Inglaterra no
vice-campeonato europeu e parecia questão de tempo até dar um salto na carreira.
Acabou indo para o Manchester City por 49 milhões de euros.
Por mais que o clube já tivesse Rodri na posição, Guardiola poderia encontrar
espaço para o inglês jogar junto com o camisa 16, liberando mais o espanhol
para o ataque e deixar Phillips preso no campo de defesa, ou até mesmo fazer um
terceiro zagueiro. Mas o volante se machucou e perdeu jogos no início da
temporada. Quando jogou, entrou na reta final das partidas em que pouco
lembrava aquele jogador da época de Leeds.
Se foi titular na Euro, Phillips perdeu espaço no English
Team e só atuou em dois jogos na Copa do Mundo. Após o Mundial, se reapresentou
acima do peso e foi afastado por Guardiola, que o criticou publicamente. Na
temporada, foram somente 21 partidas.
Mykhaylo Mudryk (Shakthar Donetsk > Chelsea)
Antes de se firmar como um dos protagonistas do Shakthar,
Mudryk havia passado por empréstimo pelo Arsenal Kyev e Desna, mas quando
voltou para Donestk, em 2021, o ucraniano tornou-se um dos principais jogadores
da liga local e fez uma metade de temporada 22/23 fantástica, com dez gols e
oito assistências em 18 jogos. O bom desempenho chamou a atenção do Arsenal,
que chegou a oferecer 70 milhões de euros e já tinha um acordo bem encaminhado.
Só que o Chelsea apareceu para dar o famoso “chapéu” no rival. Os Blues pagaram
os mesmos 70 milhões, só que mais 30 de bônus, podendo chegar aos 100 milhões
de euros.
100 milhões por um jogador que já tinha 22 anos, menos de 65
jogos como profissional e sequer era titular absoluto da seleção ucraniana,
tendo participado de apenas oito jogos, fez muitos criticarem os valores pagos
pelo Chelsea, além de questionar o fato de Mudryk ter uma amostragem pequena
como jogador para que valesse tão caro assim.
Ele estreou em um 0 a 0 diante do Liverpool e nos 35 minutos
que esteve em campo, deixou uma boa impressão, com boas jogadas pelo lado
esquerdo, onde deu muito trabalho para Alexander-Arnold. Mas ficou nisso,
basicamente.
Seja com Potter, seja com Lampard, o camisa 15 não teve
sequência no time e só jogou os 90 minutos em uma partida, sendo que muitas vezes,
sequer saiu do banco de reservas. Em 17 jogos, não balançou as redes, mas deu
duas assistências.
Paul Pogba (Manchester United > Juventus)
A cada janela de transferência, uma possível saída de Pogba
dos Red Devils voltava à tona. Os ingleses não liberaram e o francês só foi
sair do clube quando seu contrato terminou. O jogador nunca escondeu que tinha
interesse em retornar à Juve. Após seis anos, enfim ele pode voltar ao time
italiano.
Pogba havia acabado a temporada no United com uma lesão na
coxa. Depois, durante os treinos, já na Juventus, lesionou o joelho na
pré-temporada. Os médicos recomendaram uma cirurgia para reconstruir o local,
mas o jogador recusou com medo de perder a Copa do Mundo. Como o tratamento
convencional e sessões de fisioterapia não foram o suficiente, ele optou pela
cirurgia, ficando de fora do mundial do Catar.
Um pouco antes da virada do ano, o técnico Massimiliano
Allegri disse que Pogba não tinha uma evolução consistente e que não sabia
quanto tempo o francês ficaria afastado. Foram longos 297 dias até reestrear em
um clássico contra o Torino em fevereiro. Atuou em mais uma partida até se
lesionar novamente. Foi mais um mês afastado e voltar em abril. Desde então, o
meia passou a ganhar mais minutos em campo, deu uma assistência contra o
Sevilla na Liga Europa e na sequência, teve sua primeira partida como titular
diante da Cremonese, mas durou 25 minutos e precisou ser substituído com
problemas na coxa e ali, encerrou-se a temporada do jogador.
Matt Doherty (Tottenham > Atlético de Madrid)
Provavelmente a contratação mais aleatória da lista – e que
talvez nem você lembrasse. O irlandês, quando atuou pelo Wolverhampton, era um
dos principais alas do futebol inglês, devido a sua qualidade ofensiva, contribuindo
com gols e assistências. Quando se transferiu para o Tottenham em 2020, era a
oportunidade ideal para se destacar em um clube maior.
Só que em Londres, o jogador nunca foi titular absoluto,
alternando com Aurier em sua primeira temporada e depois com Emerson Royal na
equipe principal. Em janeiro, os Spurs investiram pesado na contratação de
Pedro Porro, além de Emerson ter tido um desempenho melhor do que o irlandês
quando jogou. Sem espaço, teve seu contrato reincidido no início do ano. Livre
no mercado, acertou um contrato curto até o final da temporada com o Atlético
de Madrid.
Precisando disputar posição com Nahuel Molina, um dos
pilares defensivos do time de Simeone, Doherty esquentou o banco no Civitas
Metropolitano e participou de apenas duas partidas, colecionando 16 minutos em
campo. Ao final da temporada, o jogador foi dispensado.
Sadio Mané (Liverpool > Bayern de Munique)
A ida de Mané para o Bayern foi algo surpreendente. O senegalês era um dos pilares do time do Liverpool, mas quis respirar novos ares e foi para a Alemanha, após oito anos atuando no futebol inglês.
Por 32 milhões de euros, Mané desembarcou em Munique e seria
uma peça que agregaria em todos os setores no ataque. Poderia jogar pelo lado
esquerdo, disputando posição com o irregular Sané ou até como centroavante, já
que Lewandowski havia acertado com o Barcelona. E a primeira metade de
temporada do jogador foi excelente, com 11 gols e quatro assistências.
Só que durante uma vitória sobre o Werder Bremen em
novembro, o atacante saiu lesionado e foi cortado da Copa do Mundo. Depois
disso, sua temporada ruiu totalmente. O ambiente conturbado no Bayern não
ajudou muito, com Julian Nagelsmann sendo demitido e substituído por Thomas
Tuchel, e o estopim veio em abril, quando, supostamente, teria dado um soco no
rosto de Sané durante o intervalo na derrota de 3 a 0 para o Manchester City. O
jogador foi multado e suspenso.
Em 2023, marcou apenas um gol e deu duas assistências. Aos
31 anos e sem clima para continuar na Allianz Arena, Mané teria sido oferecido
a alguns gigantes europeus, além de uma oferta do Al-Ettifaq, da Arábia
Saudita, que já teria sido recusada.
Ryan Gravenberch (Ajax > Bayern de Munique)
Um dos tantos talentos que surgem na base do Ajax. Estreou
na equipe principal aos 16 anos e era dono do meio-campo da equipe comandada
por Erik ten Hag. Comparado a Pogba, devido ao seu físico e facilidade de
construir jogadas vindo de trás, colecionava convocações para a seleção
principal da Holanda e era um dos queridinhos de Louis van Gaal.
O Bayern de Munique desembolsou 18 milhões de euros para o
contratar. Em um setor disputado com Kimmich e Goretzka, o holandês não teve
espaço no elenco bávaro. As poucas partidas que disputou, eram sempre entrando
no segundo tempo. A falta de minutagem em campo, o fez ficar fora da Copa do
Mundo – curiosamente, no álbum de figurinhas, ele era um jogador “Legend”. Se a
situação já não estava muito favorável, piorou ainda mais quando, em
entrevista, declarou que apesar de não se arrepender de ir para a Alemanha,
queria jogar mais minutos.
Seu único momento de destaque foi em jogo da Copa da
Alemanha, quando marcou um gol e deu uma assistência na vitória de 5 a 0 sobre o
Viktoria Koln.
Renato Sanches (Lille > Paris Saint Germain)
Golden Boy do ano de 2016, o português era apontado como um
“flop” após passagens ruins por Bayern de Munique e Swansea City. Foi em 2019,
após ir para o Lille, em um ambiente com menos pressão, que o jogador realmente
mostrou o seu potencial. Mesmo sofrendo com algumas lesões, foi um dos
destaques do time campeão francês na temporada 20/21.
Christophe Gaultier, que foi o comandante do Lille no título
da Ligue 1, levou Sanches para o PSG. A missão era ingrata ao brigar por
posição com Marco Verratti, e seu conterrâneo, Vitinha, que chegou e conquistou
vaga no time titular. Em muitos jogos em que o Paris precisava de mais
qualidade no meio-campo, o meia sequer entrava nas partidas, como foi na eliminação
da Liga dos Campeões contra o Bayern de Munique. Fabian Ruiz era um dos piores
jogadores em campo e quando saiu, foi para dar lugar ao garoto Zaire-Emery.
O português também sofreu com lesões, perdendo 16 jogos na
temporada. Como é de praxe após uma eliminação dos parisienses na Champions, é
especulada uma lista de jogadores que poderão deixar o clube, e o nome de
Renato Sanches seria um deles.
Lucas Ocampos (Sevilla > Ajax)
O habilidoso ponta argentino era um dos jogadores mais
regulares do Sevilla nos últimos anos. A prova é que nas três temporadas em que
defendeu o clube, marcou 34 gols e deu 15 assistências. Sua ida para o Ajax foi
surpreendente, pelo fato de ser uma contratação que foge um pouco do comum do
clube de Amsterdã, que opta por usar jovens da base ou nomes menos badalados,
já que o argentino tem 28 anos.
Ocampos veio para substituir Antony, que foi para o
Manchester United. Parecia ser o substituto ideal para o brasileiro, pelas
características semelhantes, principalmente pelo drible e velocidade, mas o
jogador atuou apenas em seis partidas e só jogou uma vez os 90 minutos. Sem
balanças as redes, o Ajax encerrou o empréstimo já em janeiro e ele voltou ao
Sevilla.
De volta ao Sevilla, teve o protagonismo já conhecido antes,
sendo um dos responsáveis em ajudar na reação da equipe em La Liga, além da
conquista de mais uma Liga Europa. Em 29 jogos, foram cinco gols e duas
assistências.
Menções honrosas
Marcelo (Real Madrid > Olympiakos)
Sergiño Dest (Barcelona > Milan)
Divock Origi (Liverpool > Milan)
Andrea Belotti (Torino > Roma)
Jesse Lingard (Manchester United > Nottingham Forest)
Diego Costa (Sem clube > Wolverhampton)
Neal Maupay (Brighton > Everton)
Takumi Minamino (Liverpool > Mônaco)
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