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(Foto: REUTERS) |
Quando uma grande seleção enfrenta um time de menor
expressão, seja em amistoso ou jogo oficial, é comum se deparar com muitos
jogadores semiprofissionais, que exercem outras profissões além do futebol. Mas
uma seleção campeã da Eurocopa e com seis participações em Copas do Mundo,
utilizou atletas que não são totalmente profissionais em sua convocação, você
acreditaria? Pois foi exatamente isso que aconteceu com a Dinamarca, no ano de
2018.
Para entender como a situação chegou nesse ponto, precisamos
voltar para o final de julho de 2018. Logo após a eliminação na Copa do Mundo,
começou uma batalha entre a Associação Dinamarquesa de Futebol (DBU) e
jogadores sobre um novo acordo para o pagamento de direitos de imagem e outros
direitos comerciais. De um lado, os atletas queriam um vínculo novo, enquanto a
DBU, queria manter o atual contrato por mais um mês. As partes não chegaram em
um acordo, com isso, houve um boicote dos jogadores, que se recusariam a
defender o país até chegar em um acerto sobre o assunto.
Havia outro problema ainda. Em setembro, a Dinamarca tinha
um amistoso contra a Eslováquia, que iria servir de preparação para a estreia
na Liga das Nações, diante do País de Gales.
Com receio de sofrer alguma multa da UEFA ou exclusão na
Liga das Nações ou Eurocopa, a Dinamarca fez uma convocação de emergência. Como
já tinha sido noticiado pela imprensa local, foram chamados apenas atletas de
futsal, semiprofissionais e amadores.
Só que o treinador Age Hareide, ficou do lado de seus
comandados e também aderiu ao boicote. Em seu lugar, foi escolhido John Jensen,
lendário ex-zagueiro do país, campeão da Euro 92, com direito a gol na final
contra a Alemanha, e ídolo no Brondby.
O agora treinador interino aceitou o desafio, já que queria
ajudar e sentia muito pela DBU, como instituição e que o mais importante era
disputar o jogo diante da Eslováquia. O desafio seria passar pela partida e que
Federação e jogadores pudessem chegar a um acordo o quanto antes.
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(Foto: Twitter/DanishFooty) |
Quem não gostou dessa atitude, foi a Eslováquia, que exigiu medidas
da UEFA, enquanto o treinador Jan Kozak, disse que preferia gastar seu tempo
fazendo outra coisa. Para ter público no estádio, os ingressos foram vendidos
por um euro e quem já havia comprado uma entrada com antecedência, pôde pedir
reembolso.
Mesmo se tratando de um amistoso, os torcedores
dinamarqueses temiam uma derrota histórica, superando o 8 a 0 que a Alemanha
aplicou em 1937.
Nas casas de apostas na Inglaterra, os palpites para o
confronto foram suspensos devido ao desequilíbrio entre os times. Para se ter
noção, uma vitória de 2 a 1 (1/200) da Dinamarca tinha chances mais altas do
que se a Eslováquia vencesse por 11 a 0 (80/1).
Se a Dinamarca estava com um elenco mais do que alternativo, os donos da casa vieram com força máxima, tendo vários nomes conhecidos: Dubravka, Skrtel, Skriniar, Kucka, Hamsik, Duda e Rusnak.
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(Foto: REUTERS) |