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Adu foi tratado como a principal promessa do futebol nos EUA (Foto: PogmoGoal) |
Carreira por clubes
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(Foto: Divulgação/MLS) |
A temporada de 2004 marcaria a estreia de Adu na Major League Soccer. Fez seu primeiro jogo no dia 3 de abril, na vitória de 2 a 1 contra o San Jose Earthquakes, de quebra, tornou-se o jogador mais jovem a disputar uma partida na liga americana. O primeiro gol não demorou a sair, com 14 anos, balançou as redes na derrota para o MetroStars, outra vez quebrando um recorde, agora se tornando o jogador mais jovem a marcar um gol na MLS. Nos playoffs, o jovem perdeu a posição de titular após o clube contratar o meia argentino Christian Gómez. O DC United foi campeão da liga ao bater o Sporting Kansas City na decisão. Em seu primeiro ano como jogador profissional, Adu participou de 33 partidas e marcou cinco gols.
Durante a temporada 2005, se envolveu em uma polêmica com o técnico do DC United, Peter Nowak. O jogador reclamou por estar no banco de reservas depois de ter boas atuações. As críticas não foram bem recebidas pelo treinador, que apenas disse que nenhum jogador está acima do grupo. Como resultado, Adu foi suspenso por um jogo. Assim como no ano anterior, anotou cinco gols.
O ano de 2006 foi onde o jogador mais atuou com a camisa do DC United. Disputou 37 partidas, com dois tentos marcados. Depois do término da temporada, Adu passou por um período de testes no Manchester United, mas por não conseguir o visto de trabalho, acabou apenas treinando e retornou aos Estados Unidos depois de duas semanas.
Depois de diversos desentendimentos com Peter Nowak, o meia trocou o DC United pelo Real Salt Lake em 2007. Aos 17 anos, assinou por dois anos com o clube de Utah. Os valores da transferência não foram revelados.
Sua estreia pelo novo clube foi no dia 7 de abril, no empate em 2 a 2 contra o Dallas. Seu único gol pelo time, foi de pênalti, na derrota de 2 a 1 para o Dallas. Adu ficou fora de cinco jogos por estar participando da Copa do Mundo sub-20, onde impressionou e logo na sequência, se transferiu para o Benfica. Pelo Salt Lake, foram apenas onze jogos disputados.
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(Foto: O Jogo) |
A transferência para o Benfica girou em torno dos US$ 2 milhões. Seu primeiro gol foi em jogo válido pela Taça da Liga, contra o Estrela Amadora. Adu marcou o gol de empate já nos acréscimos. Nas penalidades, os Encarnados levaram a melhor e venceram por 5 a 4. Em sua única temporada no Estádio da Luz, foram 21 jogos com cinco gols marcados. Apesar de toda a expectativa em torno do americano, ele começou como titular apenas em duas partidas e nunca completou 90 minutos em campo.
A partir de agora, começa a derrocada na carreira de Freddy Adu. Na temporada 08/09 foi emprestado ao Mônaco, com opção de compra ao final do contrato, que não foi exercida. Foram apenas 169 minutos em campo, com 11 jogos e sem balançar as redes.
Na temporada 09/10 foram dois empréstimos. Primeiro para o Belenense, onde foram somente quatro partidas. Sem jogar, teve seu empréstimo encerrado em dezembro. Na janela de janeiro, foi repassado ao Aris, da Grécia. Mais uma vez, teve pouco tempo em campo, disputando 11 jogos, com dois tentos.
A peregrinação do americano seguiu. Na temporada 10/11, foi emprestado ao Caykur Rizespor, da segunda divisão Turca. A equipe vinha em uma sequência de três jogos sem vitórias, até que na estreia de Adu, o Rizerpor bateu o Orduspor por 3 a 0, com direito a uma assistência no segundo gol. Após a partida, o treinador Umit Kayihan não poupou elogios ao jogador.
"No primeiro jogo com a equipe conseguir fazer uma assistência e jogar tão bem, só mostra a qualidade que o Freddy Adu tem. Mas esta Liga é muito dura... Logo no primeiro jogo foi muito castigado com faltas e imagino como será nos jogos fora de casa", afirmou o técnico.
Marcou seu primeiro gol na vitória de 1 a 0 sobre o Gaziantep. Mas, como nos últimos anos, a passagem de Adu em terras turcas também não durou muito tempo. O americano entrou em campo 13 vezes, anotando quatro gols e duas assistências.
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(Foto: Divulgação/MLS) |
No meio de 2011, seu contrato com o Benfica terminou. Aos 22 anos e livre no mercado, o jogador acertou o seu retorno aos Estados Unidos, para defender o Philadelphia Union. Onde seria treinado novamente por Peter Nowak, seu antigo desafeto nos tempos de DC United.
Sua estreia aconteceu no empate em 2 a 2 sobre o Dallas. O primeiro gol, saiu em um jogo maluco contra o New England Revolution, que vencia por 4 a 1. Porém, o Philadelphia conseguiu buscar o empate, com Adu marcando o segundo tento de sua equipe. Já nos playoffs, o time foi eliminado pelo Houston Dínamo, nas quartas de final, por 3 a 1 no placar agregado.
Adu seguiu como titular da equipe em 2012. Destaque para os dois gols que marcou na vitória de 3 a 1 sobre o Houston Dínamo pela MLS. Além da grande atuação que teve contra o Rochester Rhinos na Copa dos Estados Unidos, em que marcou duas vezes e deu uma assistência para Josué Martinez, na tranquila vitória por 3 a 0.
Antes da temporada 2013 começar, o jogador não foi integrado ao elenco do Philadelphia, indicando que não ficaria no clube. E foi isso que aconteceu. Em uma troca, o americano veio para o Brasil defender o Bahia, enquanto Kleberson fez o caminho inverso e foi para o Philadelphia Union. Nos dois anos em que atuou pelo time da Pensilvânia, Adu disputou 41 partidas, anotando dez gols e contribuindo com três assistências.
O jogador desembarcou em Salvador no dia 21 de março. Conheceu a cidade, realizou exames médicos e assinou com o Bahia até o final daquela temporada.
A passagem pelo Bahia durou apenas sete partidas e 130 minutos em campo. Sob os comandos de Joel Santana e Cristovão Borges, não emplacou, e, por deficiência técnica, foi dispensado. Só que a história não terminou por aqui. Quatro anos depois, o americano entrou na justiça contra a equipe nordestina, ganhou a causa e levou R$ 900 mil.
Após a conturbada saída do Bahia, o jogador perambulou pela Europa em 2014, realizando testes em diversas equipes como Blackpool, Stabæk e AZ Alkmaar, onde não convenceu e saiu sem ter conseguido um contrato.
Depois do teste malsucedido no AZ, Adu assinou um contrato de seis meses com o Jagodina, da Sérvia. Sua estreia ocorreu numa vitória de 4 a 0 contra o FK Borka, pela Copa da Sérvia. E foi essa a sua única aparição pelo clube, já que ao final da temporada, não teve seu vínculo renovado.
Em fevereiro de 2015, surgiu uma notícia de que o jogador teria virado promotor de eventos de uma boate em Washington. Por meio de suas redes sociais, Adu negou que teria trocado de profissão, dizendo estar 100% focado no futebol.
No mesmo ano, acertou com o KuPS, da Finlândia. Pelo time principal, foram cinco partidas, até ser rebaixado à equipe B por estar fora de forma. Atuando pelos reservas, que disputava o quarto escalão do futebol finlandês, foram mais três jogos, com dois gols marcados. Em julho do mesmo ano, exerceu uma cláusula que havia em seu contrato e deixou o clube.
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(Foto: Divulgação/Tampa Bay Rowdies) |
Ainda em 2015, voltou para os Estados Unidos, assinando com o Tampa Bay Rowdies, da North American Soccer League. Apesar de não ter balançado as redes, vale destacar a bela assistência que deu para Brian Shriver empatar o confronto contra o Ottawa Fury. Mesmo alternando entre titularidade e reserva, Adu teve o seu vínculo renovado para 2016. Na nova temporada, pouco atuou, sendo titular apenas em uma partida. Tanto que ao final do ano, deixou o time. Ao total, foram 13 partidas disputadas.
Adu voltou a realizar testes em 2017. Primeiro, pelo Portland Timbers, onde mais uma vez não lhe foi oferecido um contrato. Na sequência, rumou para a Polônia, passando por um período de treinos no Sandecja Nowy, recém promovido à primeira divisão do país. O meia chegou a realizar os exames médicos, mas Radoslaw Mroczkowski, técnico da equipe, se mostrou totalmente contra a vinda do americano e em entrevista, esbravejou.
“É uma piada. Eu li na imprensa sobre esse período de testes. Perguntei ao diretor esportivo por que ele não me contou nada. Ele me mandou uma mensagem falando que ‘viria um jogador para testes’ e que todos sabiam. O marketing sabia, a direção do clube sabia. Apenas o técnico não sabia quem era. Seja quem for o responsável pelo convite, ele deveria testar Adu. Qual o ponto de ter um jogador como este? O chefe-executivo fala que é marketing.”
Diante de todo o “apoio” do treinador, a contratação não foi fechada. Em seu Twitter, o jogador disse que era melhor esperar outras oportunidades, do que repetir os mesmos erros do passado e ter pouco tempo de jogo. No final das contas, Adu não disputou nenhuma partida oficial naquele ano.
Sem atuar há mais de um ano, o jogador começou 2018 participando de um teste pelo Las Vegas Lights, clube recém-fundado e que iria disputar a United Soccer League. Jogou um amistoso contra o DC United. O time de Adu perdeu por 4 a 2, mas ele deu uma assistência e conseguiu uma vaga na equipe para a temporada regular da USL.
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(Foto: Divulgação/Las Vegas Lights) |
Pela nova equipe, atuou em 14 jogos e anotou um gol, que saiu exatamente no dia de seu aniversário: 3 de junho. Marcou um dos tentos na goleada de 4 a 1 sobre o Colorado Springs Switchbacks. Após o termino da temporada, o jogador não teve o seu vínculo renovado.
O técnico do Las Vegas, Eric Wynalda, foi contundente em falar o porquê do clube ter optado por não renovar o vínculo do meia.
"A razão pela qual Freddy não está aqui agora, é que temos seis ou sete caras recebendo sua primeira ou sua segunda chance. Ele está na quarta ou quinta. É a vez deles, não dele."
Quando o seu contrato com o Las Vegas Light terminou, Freddy Adu passou a trabalhar como auxiliar-técnico de um time sub-14 em Baltimore, nos EUA. Em entrevista à ESPN americana, falou que não vai se aposentar, e por meio de suas redes sociais e agentes, ainda recebe constantemente sondagens de clubes.
“Não estou pronto para desistir. Eu ainda sou jovem. Estive em alguns lugares obscuros ao longo da minha carreira. Não sei se quero continuar fazendo isso. Quero jogar, mas quero que seja aqui nos Estados Unidos.”
Aos 31 anos e após dois anos sem clube, Adu acertou com o Österlen FF, equipe recém promovido à terceira divisão da Suécia. Só que a passagem por terras escandinavas durou apenas um mês, já que o jogador foi dispensado, devido a sua falta de comprometimento durante os períodos de treinamento.
O presidente do clube, Tom Ekstrom, explicou os motivos de dispensar o meia.
“No último fim de semana, jogou metade de um jogo-treino, mas tem um longo caminho a percorrer para estar em boas condições físicas. Nós sabíamos que Freddy Adu não tem feito grande coisa nos últimos anos.”
Quem também comentou sobre o desempenho de Adu no clube, foi o treinador da equipe, Agim Sopi. Em entrevista ao Fotbollskanalen, fez duras críticas ao jogador.
"Demos-lhe um mês para mostrar a sua qualidade. Mas quando estás fora tanto tempo... Apenas treinou conosco, mas mostrou muitas falhas e não acredito que tenha a força mental para se recuperar."
"Tenho de ser honesto com ele, comigo, e explicar-lhe como as coisas são. Deixamos jogar uma parte no último jogo que fizemos no treino e o nível que mostrou era para a 5ª divisão. O seu jogo é de futsal. Não posso ter um plantel de 24 jogadores que dão tudo e um que está aqui apenas pelo seu nome. Fui honesto com ele, não vai fazer parte da minha equipe este ano", encerrou o treinador.
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(Foto: Kenneth Lam/Baltimore Sun) |
Em entrevista ao portal inglês SPORTbible, Adu disse que o grande erro de sua carreira foi ter deixado o Benfica para defender o Mônaco. Durante a estadia em Lisboa, os Encarnados tiveram três treinadores em uma única temporada, além de um ambiente tumultuado, por isso, ele acabou optando sair por empréstimo ao time do principado.
Adu ainda relembrou que chegou ao Benfica na mesma época que Di Maria. Inclusive, disse que jogou melhor que o argentino durante a temporada 07/08. Como foi dito anteriormente, o americano atuou em 21 jogos, marcou cinco gols e ficou 479 minutos em campo. Por outro lado, Di Maria fez 45 partidas, com um gol e atuou por 2387 minutos.
O jogador também comentou que enquanto ele saiu por empréstimo, rodando em diversas equipes secundárias da Europa, Di Maria ficou no clube, jogou bem e anos depois, estava no Real Madrid.
Em outra entrevista, no início de 2023, após mais de cinco anos sem jogar oficialmente, o jogador declarou que quer voltar aos gramados. Ele sente que merece uma nova oportunidade e vai trabalhar para que isso seja possível.
“Sei que tenho que estar em forma e que não jogo há algum tempo. Sei que preciso fazer testes, onde terei que estar em grande forma. Estou em um ponto em que estou preparado para o fazer. Veremos no verão, mas espero que tudo ocorra conforme o acordo e algumas portas possam se abrir e eu tenha a oportunidade de voltar a jogar.”
“Não sei quais oportunidades irão aparecer, mas tenho que estar pronto. Não vou dizer que sou muito bom para alguém. Eu só quero me levantar e estar no esporte que tanto amo e do qual sinto falta. Sinto falta da atmosfera, do vestiário, dos colegas, dos treinos, enfim, sinto falta de tudo.”
Por fim, Adu acredita que sua história de vida possa o ajudar a encontrar um clube. “Estive no topo da montanha e no fundo do mar. Acho que posso ser um mentor para os mais jovens. Você pode ter talento, mas se não cuidar deste talento, sofrerá as consequências”, encerrou o americano.
Carreira na seleção
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(Foto: Matthew Emmons/USA Today) |
Com a seleção sub-17 dos Estados Unidos, disputou a Copa do Mundo de 2003. Logo no primeiro jogo contra a Coréia do Sul, anotou um hat-trick, na partida seguinte, balançou as redes mais uma vez, desta vez sobre Serra Leoa. Os EUA pararam nas quartas de final, perdendo de 3 a 0 para a seleção Brasileira
Já no sub-20, disputou as Copas do Mundo de 2003, 2005 e 2007. Adu é o único atleta a jogar três mundiais da categoria. Destaque para a edição de 2007, em que marcou três gols sobre a Polônia, além de bater o Brasil por 2 a 1 na fase de grupos. Os americanos foram eliminados nas quartas de final, após perderem de 2 a 1 para a Áustria.
Também representou os Estados Unidos nas Olimpíadas de 2008. O meia foi titular nas duas primeiras partidas contra Japão e Holanda, mas no último jogo da fase de grupos, estava suspenso, e os EUA acabaram perdendo para a Nigéria por 2 a 1. Assim, os americanos se despediram dos jogos Olímpicos ainda na primeira fase.
Pela seleção principal, Adu estrou em um amistoso contra o Canadá em janeiro de 2006. Com isso, tornou-se o jogador mais jovem a defender os Estados Unidos, com 16 anos e 234 dias.
Aos 19 anos, marcou o seu primeiro gol pela seleção, em uma cobrança de falta contra a Nicarágua, no dia 19 de novembro de 2008. O confronto era válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010.
Em 2009, esteve no elenco que participou da Copa das Confederações, mas não chegou a entrar em campo. Ainda foi convocado para a Copa Ouro, disputou duas partidas e marcou um gol na goleada de 4 a 0 sobre Granada. Um detalhe, é que os americanos chegaram na decisão dos dois torneios, mas acabaram sucumbindo para Brasil e México.
Devido ao seu desempenho ruim nos clubes, ficou dois anos afastado da seleção, até o técnico Bob Bradley surpreender convocar Adu para a Copa Ouro de 2011. O meia não atuou nos quatro primeiros jogos, aparecendo só na semifinal, quando jogou 24 minutos na vitória de 1 a 0 sobre o Panamá. Na decisão, o adversário seria mais uma vez o México, dessa vez o jogador começou como titular, e até contribuiu com uma assistência para o gol de Clint Dempsey. Só que os mexicanos não tomaram conhecimento e venceram o confronto por 4 a 2.
Como foi a carreira de Freddy Adu
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